Resenha: 50 Tons de Cinza, o filme (sim)



Sim, eu estava na pré-estréia de 50 Tons de Cinza. Como parte do nosso combinado de tentarmos nos encontrar pelo menos uma vez na semana, eu e uns amigos decidimos reservar esse encontro para assistir o que nós acreditávamos que seria o filme piada do ano. Porém, o que começou como brincadeira, acabou me surpreendendo de certa forma. Esse drama ex fanfic de Crepúsculo acabou se mostrando uma bela espécime de comédia romântica mergulhada em clichês feministas "modernos".

Bom, tenho quase certeza de que o risco de que existam pequenos spoilers nessa resenha é grande, então, se você é um daqueles neuróticos, sugiro que nem continue, mas aqui vai a minha resenha de 50 Tons de Cinza.

Christian Grey, um jovem bilionário, sedutor e dono de especulações alheias, é um dia visitado por Anastasia Steele, uma jovem formanda de literatura inglesa, virgem e sem estilo. A moça com toda a sua ingenuidade substitui a melhor amiga na hora de fazer a entrevista com o ricaço do momento que também dá um baita patrocínio para a faculdade de ambas. Alguma coisa em Anastasia, que eu ainda não sei exatamente o que é, atraiu Christian de forma arrebatadora. Bem, esse foi apenas o ponta-pé inicial.

Depois disso segue-se uma sequência de acontecimentos até meio creepy onde Christian parece forçar várias situações e Steele parece confusa - se bem que confusa é a condição na qual ela está durante as duas horas de filme. Entre presentes caros, viagens de helicóptero e diálogos tanto cômicos quanto forçados, Grey finalmente decide mostrar à Anastasia suas verdadeiras cores (e isso não foi um trocadilho infame). "Eu não faço amor, eu fodo, com força" foi a declaração de Christian e aí sim as coisas começam a ficar um pouco mais interessantes no enredo.

Um contrato, mais confusão e algumas intriguinhas preenchem o resto da trama que posso julgar fraca. Recheado de frases de duplo sentido e diálogos que de tão desconfortáveis acabaram se tornando engraçados. Confesso que o roteiro, apesar de forçado, arrancou algumas risadas da sala de cinema onde eu estava. A confusão da protagonista é derramada durante toda a trama e é atordoante, chegando ao ponto de você se perder em alguns momentos do sentido do filme.

Então, eu falei lá em cima que o filme havia me surpreendido, certo? Certo, a surpresa ficou por conta da direção de Sam Taylor-Johnson que quase me fez querer fazer parte da Seattle de Christian Grey. 50 Tons de Cinza é um daqueles raros casos onde o filme supera o livro, que não é lá grande coisa. A atuação de Dakota Johnson e Jamie Dornan como os protagonistas é razoável, sem picos, mas fica claro de que eles fazem o que podem com os personagens que lhes cabem.

Quem foi às salas de cinema apenas para ver cenas de sexo fortes, acabou saindo de lá bem decepcionado, afinal, nós estamos falando de Hollywood. As cenas, apesar de sexy, foram mais amenas e pouco envolventes, sendo salvas apenas pela trilha sonora e alguns closes bem colocados (e certamente a ausência da consciência narradora de Anastasia). A versão maravilhosa de Crazy in Love embalou o que foi a cena mais "quente" do filme. O que mais decepciona é o fato de que é evidente que a produção tinha qualidade o suficiente para tornar-se um marco do cinema erótico se não estivesse presa ao livro.

E o que eu mais temia felizmente não aconteceu, pouca coisa no roteiro transpareceu a escrita massante de E L James e os diálogos internos e infantis de Anastasia, no entanto, ainda assim ênfase demais foi dada ao tique irritante que a protagonista tem de morder os lábios. Para quem não leu o livro, sugiro que fique apenas com o filme.

O final repentino do filme deixou perguntas até demais no ar, não misteriosas e certamente não o suficiente para carregar mais dois filmes da franquia, mas acho que é esperar para ver. Cinemas do mundo inteiro ficaram lotados para a tal estreia, a trama à lá Crepúsculo que conquistou o coração de tantas mulheres carentes promete arrecadar quadralhões. Ok, não vou entrar em mais particularidades sobre o público alvo da franquia.

Nota:
                                                                                           

Um comentário

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